A violência obstétrica é um termo usado para a violência que ocorre no momento da gestação, parto, nascimento e/ou pós-parto, incluindo no atendimento ao abortamento. Muitas pessoas podem ser vítimas desse abuso, mas não sabem que existe um nome para isso. A ONU (Organização das Nações Unidas) inclusive reconhece o termo.
O Ministério da Saúde define violência obstétrica como sendo aquela “física, psicológica, verbal, simbólica e/ou sexual, além de negligência, discriminação ou condutas excessivas, desnecessárias ou desaconselhadas, muitas vezes prejudiciais e sem embasamento em evidências científicas”. São práticas que não respeitam as mulheres, seus corpos e seus ritmos naturais.
Em um levantamento encomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 34 países, foram identificados sete tipos de violência obstétrica e maus-tratos que podem acontecer durante o parto:
Abuso físico;
Abuso sexual;
Abuso verbal;
Discriminação (com base em idade, etnia, classe social ou condições médicas);
Não cumprimento dos padrões profissionais de cuidado (ex: negligência durante o parto);
Mau relacionamento entre a gestante e a equipe (ex: falta de comunicação, falta de cuidado e retirada da autonomia);
Más condições do sistema de saúde (ex: falta de recursos).
Em alguns casos, as vítimas acabam ficando com sequelas. Veja exemplos de violência obstétrica:
Ameaças, gritos, piadas e chacotas;
Lavagem intestinal;
Omissão de informações, desconsideração dos padrões e valores culturais das gestantes e parturientes e divulgação pública de informações que possam insultar a mulher;
Não permitir acompanhante que a gestante escolher;
Não receber alívio da dor.
Mas, e se for necessário fazer a episiotomia ou parto induzido?
É importante salientar que procedimentos como indução do parto, episiotomia e até cesariana podem ocorrer. Mas elas devem ser bem indicadas, esclarecidas e respeitar a autonomia da mulher. Quando realizada de maneira desnecessária ou imposta são considerados violência obstétrica.
Sofri violência obstétrica, e agora?
A mulher que sofrer este tipo de violência obstétrica pode denunciar no próprio estabelecimento ou secretaria municipal/estadual/distrital; nos conselhos de classe (CRM, se for profissional médico ou COREN, se for profissional enfermeiro ou técnico de enfermagem); pelo 180 ou 136.
Parto Humanizado
O parto humanizado pode ser natural, normal ou até uma cesárea. Para ser humanizado ele deve respeitar a mulher, individualizar a assistência para cada um de acordo com sua necessidade. É oferecer assistência personalizada, ouvir e atender, dentro do possível, as necessidades e desejos da mulher. O parto não deve ser apenas um conjunto de técnicas, mas sim como um momento especial entre mãe e filho.
Pesquise sobre o parto, tire suas dúvidas, se informe e comunique seus desejos. É muito importante conversar com o seu médico sobre este momento tão único para a mulher.
Referências
Ministério da Saúde (acesse aqui)
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