Você sabe as diferenças entre as dietas vegetarianas? Quem segue este tipo de dieta pode ser classificado de acordo com o consumo de subprodutos:
- Ovolactovegetariano: utiliza ovos, leite e laticínios na alimentação.
- Lactovegetariano: não utiliza ovos, mas faz uso de leite e laticínios.
- Ovovegetariano: não utiliza laticínios, mas consome ovos.
- Vegetariano: não utiliza nenhum derivado animal em sua alimentação.
- Vegano: não usa qualquer alimento derivado animal em sua alimentação, assim como produtos ou roupas contendo estes alimentos, nem qualquer diversão que seja às custas de exposição animal (ex: zoológicos).
Mas, uma criança pode ser vegetariana?
Tem crescido muito o número de pessoas que escolhem uma dieta vegetariana. De acordo com pesquisa do IBOPE Inteligência realizada em abril de 2018, 14% da população se declara vegetariana no Brasil. Isso representa quase 30 milhões de pessoas.
Existem diversas razões que levam alguém a escolher o vegetarianismo: preocupação com o meio ambiente, estilo de vida mais saudável, crenças religiosas, cultura, etc.
De acordo com a ADA (Associação Dietética Americana), a AAP (Associação Americana de Pediatria), a SCP (Sociedade Canadense de Pediatria), uma dieta vegetariana bem balanceada pode promover crescimento e desenvolvimento adequados a crianças e adolescentes.
A SVB (Sociedade Vegetariana Brasileira) apoia uma alimentação equilibrada e saudável na infância, inclusive recomendando a amamentação ou suplementação de acordo com as recomendações de instituições referências nas áreas médica e da nutrição.
A Sociedade Americana de Pediatria recomenda que a criança vegetariana seja acompanhada por um médico especialista e, se necessário, consuma alimentos enriquecidos ou suplementos vitamínicos.
Por sua vez, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) faz ressalvas sobre este tipo de dieta para crianças e gestantes. É importante que os pais busquem boas fontes de ferro, cálcio, zinco, ômega 3, vitamina B12 e vitamina D, para atingir as necessidades nutricionais relativas à idade da criança. Se não for possível alcançar apenas através da alimentação, é necessário fazer uma suplementação medicamentosa.
Riscos e Benefícios
A dieta vegetariana não oferece nenhum risco ao desenvolvimento das crianças. A única observação é que deve ser feito um controle das taxas de nutrientes no sangue, como em qualquer dieta.
A Academy of Nutrition and Dietetics (2016) e a American Dietetic Association e Dietitians of Canada (2013) reconhecem a alimentação vegetariana como adequada em todas as fases da vida, incluindo a infância, desde que todos os cuidados nutricionais e alimentares sejam realizados, assim como para qualquer tipo de dieta.
Tanto crianças quanto adolescentes vegetarianos devem ser monitorados e, se necessário, suplementados, para evitar a deficiência de nutrientes.
No geral, dietas vegetarianas fornecem menores quantidades energéticas e proporção de gorduras saturadas por refeição, e possuem maior teor de fibras, frutas e vegetais. Por não conter alimentos de origem animal, pode ocorrer uma menor ingestão de ferro, vitamina B12, cálcio e zinco. Por isso é preciso acompanhamento de um profissional.
Substituições - onde encontrar nutrientes
Ferro: pode ser encontrado em vegetais verde-escuros e leguminosas. A dica é evitar o consumo de alimentos fontes de cálcio (como queijo e leite) em refeições ricas em ferro.
Zinco: está presente em grãos, como o feijão.
Cálcio: leite e derivados são as principais fontes de cálcio. Pode ser encontrado também em frutas, verduras e feijão.
Proteínas: ovos, leite e derivados são boas fontes de proteínas. Para quem é vegano, as opções são tofu e iogurte de soja. Mas atenção: não é recomendado o consumo de soja em crianças menores de 1 ano.
Vitamina B12: esta é a única vitamina que não pode ser encontrada em alimentos que não são de origem animal. Importante para a formação de glóbulos vermelhos, da parte neurológica e do desenvolvimento cognitivo da criança. Por este motivo é fundamental suprir esta vitamina com suplementação (de acordo com a orientação de um médico).
Mantenha seus exames em dia para saber se há necessidade de suplementação. Marque uma consulta e venha tirar suas dúvidas!
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