top of page

Uso excessivo de telas: quais são os impactos no cérebro de crianças e adolescentes?

Uma das queixas mais comuns nas famílias hoje em dia é o excesso de tela por parte das crianças.

Uma pesquisa brasileira apontou que o uso de dispositivos eletrônicos vem diminuindo a capacidade de comunicação, de resolução de problemas e de sociabilidade de crianças até 5 anos.

E os efeitos nocivos não foram notados apenas em crianças, mas também no cérebro dos jovens, que ainda não é maduro o suficiente para controlar impulsos, fazer julgamentos, manter a atenção e tomar decisões.

De acordo com uma pesquisa feita em 2019 pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil, cerca de 89% da população entre 9 e 17 anos está conectada. E o celular é o principal dispositivo para acessar sites e aplicativos.

O problema é o número de jovens que está sujeito à episódios de discriminação online. Esse mesmo estudo aponta que as meninas são as mais impactadas – 31% foram tratadas de forma ofensiva e 21% acessaram materiais sobre estratégias para ficar muito magra. E mais, um quarto dos adolescentes consideram que ficam muito tempo conectados e não conseguem controlar este período na frente das telas.

Criança deitada vendo a tela de um celular ligado

É preciso entender que o celular, principalmente os smartphones fazem parte da rotina. E eles também trazem coisas boas e positivas. O problema está no exagero e seus efeitos noviços na mente e corpo dos jovens.

O exagero, principalmente em uma idade tão precoce, prejudica o desenvolvimento do recém-nascido. Isso porque as telas ativam as vias de processamento cerebral passivas, que poderiam ser estimuladas com atividades mais ativas, que poderiam aprimorar a capacidade de coordenação motora, por exemplo.

Pesquisas feitas pela Universidade Federal do Ceará e Harvard apontam que cada hora de uso de dispositivos eletrônicos diminuiu consideravelmente a capacidade de comunicação, resolução de problemas e de sociabilidade dos pequenos.

Até mesmo crianças mais velhas devem ter o acesso ao mundo digital limitado e supervisionado.

O desenvolvimento do cérebro ocorre pouco a pouco, e só amadurece completamente por volta dos 25 ou 30 anos. O córtex pré-frontal, por exemplo, é região responsável por controlar impulsos, fazer julgamentos, resolver problemas, manter a atenção e tomar decisões.

Por isso os adolescentes são mais impulsivos e, nessa faixa etária, com o córtex pré-frontal ainda imaturo, os jovens ficam mais propensos a buscar o prazer sem pensar em todas as consequências.

Impactos no cérebro

Estudos mostram que algumas regiões do cérebro ligadas à aceitação do convívio em sociedade ficam muito ativas quando os jovens usam as redes sociais. Ou seja, se um adolescente posta algum conteúdo em uma rede social e começa a receber curtidas, comentários e compartilhamentos, isso estimula um circuito cerebral relacionado à sensação de prazer e recompensa. Isso gera um incentivo para postar mais e mais. Por outro lado, se já rejeição ou crítica, isso ativa circuitos cerebrais relacionados ao medo e agressividade.

Além desses estímulos, o uso excessivo de celular por impactar o cérebro de outras maneiras. A luz emitida pelas telas inibe a produção de melatonina, hormônio essencial para a indução do sono.

Se o descanso não é adequado nos primeiros anos de vida, as consequências podem ir desde transtornos de irritabilidade e comportamento até a dificuldades de aprendizagem. E ainda, o excesso de telas está relacionada com sobrepeso e obesidade, o uso de fones de ouvido em um volume alto está levando a uma maior frequência de problemas auditivos e a falta de vivência em espaços abertos, está causando mais problemas de visão.

Uma menina feliz está sentada de pernas cruzadas e usando celular.

Relação mais saudável com a tecnologia

Para que isso ocorra, a primeira atitude é estabelecer limites. A recomendação de tempo depende da faixa etária.

A Sociedade Brasileira de Pediatria indica que crianças menores de dois anos não tenham acesso nenhum às telas.

Entre 3 e 6 anos, oferte atividades por 30 minutos a uma hora, sempre com supervisão de um adulto.

Entre 6 e 10 anos, já é possível ampliar um pouco esse limite, também com acompanhamento de alguém responsável.

Busque intercalar as atividades online com momentos de lazer, brincadeiras e conversas presenciais entre amigos e familiares.

Os pais de crianças menores devem evitar deixar o celular ou tablet com elas para fazer outras atividades.

Fiquem atentos se existe um quadro de vício no uso de celular ou outros dispositivos eletrônicos. Se algum aspecto da vida está sendo prejudicado, como por exemplo, nos âmbitos social, profissional, educacional ou familiar, é preciso buscar a avaliação de um profissional de saúde.

Alguns exemplos práticos são a substituição do dia pela noite, queda no rendimento escolar, ausência do adolescente durante a refeição e a falta de uma rotina estabelecida.

É preciso atenção e cuidado por parte dos pais e responsáveis. Em caso de dúvidas, fale com seu médico.


Fonte: encurtador.com.br/hNOT6

bottom of page